quarta-feira, 22 de abril de 2015

HISTÓRIAS - COVEIROS DO SANTÍSSIMO


João Francisco Borges (Sô Joãozinho), era pedreiro e trabalhava para o Coronel José Justino. Foi o Coronel quem fez a doação do lote para construção do cemitério do Santíssimo, doando também um pedaço para a construção da casa do Só Joãozinho, ali conseguiu criar os seus sete filhos. Não recebia salários, vivia de doações de familiares os quais ele fazia o sepultamento. Usava da sua boa comunicação, apesar de analfabeto conseguia realizar os sepultamentos, na época não viam necessidade de registros, cada família se preocupava com seu túmulo. Os túmulos vinham da Itália, tinham adereços muito bonitos e trabalhados. Sô Joãozinho faleceu no dia 01 de fevereiro de 1977.




Francisco Dantas - Chico D’Lica, casado e pai de sete filhos, trabalhou no Cemitério do Santíssimo foi pedreiro e coveiro por 48 anos, por muito tempo sem salário fixo, na época o cemitério era coordenado pela igreja e párocos. Homem carismático, com um sorriso pronto a consolar, construiu muitas amizades e hoje causa saudade pela sua bondade, seu desprendimento e seu jeito impar de contar causos. Faleceu em 13 de setembro de 1999.




Joaquim Dantas (Quinca), casou-se já aos 50 anos e ficou viúvo muito cedo, morou sempre com seu irmão Chico da Lica, aprendeu o ofício de coveiro com seu pai, trabalhou por 56 anos dentro do Cemitério, constando assim seu nome no Livro Guinness Book por ser o coveiro com mais tempo de serviço dentro de um cemitério. Por ser analfabeto, registrava os sepultamentos e os túmulos somente em sua memória e não apresentava dificuldade em encontrá-los. Tinha um semblante triste, dizem sistemático, porém exercia suas atribuições com muita presteza, amor e respeito. Faleceu em 23 de setembro de 2003. 

Histórias/memorias - João Carlos Vespúcio

Nenhum comentário:

Postar um comentário