segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O SENTIMENTO




Este monumento foi construído na Av Brasil perto da Carvel, na época por causa do falecimento de forma trágica do rapaz Edmundo Tadeu em 05/09/1989, o setor foi procurado pelo Sr. Manfredo Palhares, pai do rapaz, solicitando se seria possível colocar uma placa feita por ele. De imediato sua solicitação foi atendida, colocamos a placa e foi feito uma reforma neste monumento, satisfazendo o Sr Manfredo e mostrando que a administração esta do lado da comunidade.
O Setor da Funerária e Cemitérios Municipais, fará outras ações neste sentido, para lembrar e manter a história sempre viva.

domingo, 13 de dezembro de 2009

CEMITÉRIO ESPÍRITO SANTO...


O Setor da Funerária e Cemitérios, fará o estudo para entender o que aconteceu e apresentar detalhes, hoje IGREJA SANTO ANTÔNIO antes CEMITÉRIO ESPÍRITO SANTO.

Praça do Santissímo



As obras de revitalizção da Praça do Santissimo, estão em andamento e trará para a população formiguense mais uma beleza para nossa cidade
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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

CAPELA DONA DOMERCILIA E A VIDA DO SR ACACIO



CAPELA DONA DORCEMILIA.


Essa é uma história contada pela família do Sr.ACÁCIO CEGO, fato que aconteceu na região da Caveira, antes Município de Formiga, hoje, de Córrego Fundo.
Conta a família, que a história é verdadeira e de muito sofrimento.
Aconteceu no ano de 1.908 e que o seu Acácio sofreu muito vendo sua família morrer.
Na época, apareceu no município a tal doença da BEXIGA PRETA, era uma febre contagiosa e mortal.
Quando a cidade de Formiga, estava infestada pela doença, morrendo pessoas a todo instante, algumas foram enterradas até com vida, todos estavam muito alarmados, pois a tal peste, como diziam, era muito contagiosa.
A cidade ficou praticamente interditada, ninguém entrava ninguém saia.
D. Dorcemilia apareceu com a febre, sua família era composta pelo Sr. Joaquim Luiz de Faria, D. Dorcemilia Carolina de Arantes, um bebê que ainda amamentava outra menina de 04 anos e Sr. Acácio com 06 anos de idade.
Sr. Acácio se emocionava sempre quando contava à história que presenciou com muito sofrimento e tristeza.
Contou o Sr. Acácio à sua família, o acontecido e que hoje, a família resolveu contar a todos...
O dono da fazenda, descobrindo que sua família estava com a febre contagiosa, resolveu isola-los em um rancho nos terrenos da fazenda, porém distante de todos. Foi construído um rancho coberto de capim, onde eles se abrigaram e por ali morreram a mãe e suas duas filhas.
Contava Sr. Acácio que sua mãe agonizava de dor e febre, sem medicamentos e isolados de todos. Recebiam comida que era enviada pelo dono da fazenda. Colocavam em um barranco, gritavam para que eles soubessem que a comida chegou iam buscar, sem ter contatos com ninguém.
Sua mãe foi a primeira a morrer, e o bebê com a mãe morta ainda continuava a amamentar-se. Sua irmã de 04 anos foi encontrada sem vida por ele próxima ao rancho.Sem forças para carrega-la pra próximo de todos, arrastou-a pelos cabelos e a colocou junto de sua mãe e sua irmã, o bebezinho que também faleceu. Não bastasse tanto sofrimento Sr. Acácio conta que depois da morte de sua mãe e irmãs, os corpos já em estado de decomposição, tinham que ajudar o pai que ainda estava muito debilitado e abanar com um pano para que os urubus não chegassem perto ou comesse os corpos de sua família.
Isolados, sem cuidados de ninguém, o sofrimento só aumentava.
Conta ainda, que em certo dia, conseguiu enrolar os corpos de sua mãe e de suas irmãs em um lençol para que os urubus não as comessem. Diante de tantos urubus, o fazendeiro achou que já não havia mais ninguém vivo, chamou a polícia para que pudesse enterrar os corpos. Chegando lá os policiais encontraram o Sr. Acácio e seu pai muito fracos e com muitas feridas e febre, enterrou ali mesmo a mãe e suas filhas e trouxe o Sr. Joaquim e Sr. Acácio para a cidade.
Chegando à cidade, encaminhados para os cuidados, o Sr. Joaquim não suportou e faleceu. Já o Sr. Acácio, foi encontrado com muitos bichos (varejeiras) nos olhos, alguém querendo ajudar, acabou colocando criolina em seus olhos, cegando-o, ficando como última imagem o vermelho do fogo colocado no rancho e o verde da mata que via na garupa do cavalo do policial que o trazia para a cidade.
Cego, o Sr. Acácio manifestou muita habilidade, criatividade e foi crescendo, trabalhando com ajuda de desconhecidos e com muita coragem, começou a trabalhar com diversos serviços manuais e outro, tem muita gente por aqui na redondeza que tem um “pente de tear” feito por ele, vendia bilhetes de loteria e se tornou um comerciante, conhecido na região, teve seu próprio negócio uma venda, como se diziam e foi também zelador do Formiga Esporte Clube.
Gostava de cantar e tocar violão, para ele era uma grande alegria. Sempre teve bons amigos e nunca estava triste.
Casou-se e teve 07 filhos, sendo eles: o Sr. Hélio Luiz de Faria, Sr Vicente Luiz de Faria, Sr. Roberto Luiz de Faria, Sr. Edson Luiz de Faria, Sr. Dorcelino Agostinho de Faria, D. Vilma Faria Arantes e Sr. Elpino Luiz de Faria, abandonado pela esposa, cego e sozinho novamente, conseguiu criar seus filhos com muita dignidade, disposição, dedicação e amor à vida.
Morreu aos 80 anos de idade. Teve uma vida digna , com uma história triste da perda de sua família, porém com uma invejável habilidade, para desenvolver suas atividades, que o fizeram sobreviver mesmo cego, mais sempre feliz.
Hoje no local, muitas pessoas visitam , dizendo receber graças. Foi construída uma capela em 1997, mantendo dentro dela a cruz de madeira com duas outras cruzes pequenas nas pontas, representando a mãe e suas duas filhas.
Todas as sextas-feiras da paixão há muitos anos é feita uma procissão, saindo da Igreja Matriz de Córrego Fundo, até lá, sempre cantando e em orações.
A família do Sr. Acácio é conhecedora de muitas pessoas que disseram receber graças.
O lugar está em ótimo estado de conservação, possui características de um templo sagrado, com velas, flores, imagens religiosas e muito respeitado pelos visitantes e vizinhos próximos.
Esta história foi contada pela neta de Sr. Acácio, Sra. Elaine Faria Chagas, que publicou folhetos explicativos sobre a história, buscando dar informações verdadeiras vivenciadas pelo seu avô: SR. ACÁCIO CEGO e conhecidas pelos familiares e agora por toda população.
A família conta que Sr. Acácio sempre foi uma pessoa de exemplo, coragem, e muito feliz e que deixou, apesar de viver tantas tristezas uma herança de muita dignidade e honra.

Sr. Acácio faleceu no dia 28 de maio de 1.981, esta sepultado no Cemitério do Santíssimo Sacramento, túmulo 870 – Quadra E.


Pelo que escutei, vi, presenciei ao conversar com pessoas que, pela intercessão de sua mãe e irmãs, alcançaram graças e nelas tem uma fé enorme, faz com que, acreditemos que pela bondade e simplicidade as pessoas alcancem à graça maior que é a vida.

História - João Carlos Vespúcio